Ensaios

De quantos aplicativos você precisa pra viver?

Semana passada resolvi acabar com os problemas de informática daqui de casa e troquei tanto o meu laptop como o desktop. Achei uma boa promoção, fiz a compra e, antes de receber as novas máquinas, parti pra realizar o back up. Fiquei até triste. Enquanto vejo tanta gente reclamando que um Tera não dá pra guardar tudo o que tem em seus HDs; dividido entre meus arquivos e os da minha mulher, tínhamos para transferir às novas máquinas apenas 16GB, sendo 13 deles só de fotos dela (a maioria já no Picasa).

Quanto a software, tirando o sistema operacional, descobri que tudo, mas tudo mesmo, que eu uso está em cloud ou de graça na internet. Do que estava instalado, o total não soma nem 400MB. Incrível, não?

Segue a pequena lista de todos os aplicativos que dão contam de tudo o que preciso fazer na internet e pras minhas produções individuais:

BrOffice – Odeio o MSOffice. Mesmo. Desde o windows 3.1, eu preferia entrar no DOS e usar o Wordstar (um excelente editor de texto com formatação via comando). Pra piorar o meu ódio, meu maior mentor profissional foi um dos criadores do Carta Certa e me fez lavagem cerebral, apontado cada um dos erros da suite: “Olha só, copia um texto do word e cola no Power Point. Os programas deles nem se falam!”. Achei, então, no BrOffice uma suite simples que atende os meus objetivos. Ah, mas ninguém usa, você pode estar pensando. Em primeiro lugar, bastante gente usa e, em segundo, se eu realmente precisar compartilhar algo ou trabalhar em conjunto com quem não possui os programas, só preciso exportar tudo pro Google Docs. Ele taí pra isso mesmo, né?

AVAST – Antivirus é uma coisa que me deixa louco. Nos primórdios sofri com uma porrada de porcarias, entre as quais incluo o Norton, cria de uma empresa homônima, meio esquisita que sempre me pareceu te inocular com a gripe para vender vitamina C. Por ter uma estrutura aberta e ser um projeto mais colaborativo, migrei há muito tempo pro AVAST e até hoje nunca mais tive problemas. É uma escolha óbvia.

GIMP – Quem não tem Photoshop, caça com GIMP. É a melhor opção que já encontrei entre os editores de imagem sob licença GNU. É simples de usar, tem quase tudo o que o Photoshop tem, e, o melhor, é de grátis. Claro que tenho algumas sugestões de melhoria, como manter todas as instâncias numa mesma tela para facilitar o processo de edição, mas me atende muito bem.

Audacity – Pra edição de som não tem opção gratuita melhor. Só não exporta pra MP3 mas no próprio site, eles disponibilizam um add-on que permite isso. Então, não falta mais nada pra atender a todas as suas necessidades. A não ser, é claro, que você esteja editando a versão da sua Big Band pra Bohemian Rapsody.

CELTX – Esse é o meu programa de estimação. Conheci graças ao professor e roteirista Leandro Assis e nunca mais deixei de usar. Tanto para roteiros como para textos literários, é uma excelente opção para redigir e se organizar frente a bagunça que é um processo criativo. Além disso facilita e bastante o processo de pré-produção de filmes. Taí uma feature que preciso usar mais.

Chrome – Browser do Google. Rápido. Cheio de add-ons, quer dizer, extensions úteis. Além disso, seu manual de lançamento foi feito em quadrinhos pelo Scott McCloud. Se você não usa, ou é um grande acionista da Microsoft ou um xiita do Firefox ou da Apple. Nos dois casos está perdoado, mas, mesmo assim, não sabe o que está perdendo.

DropBox – A melhor alternativa de armazenamento e compartilhamento de arquivos. Sou meio sovina e uso a versão free, mas os 2,5GB disponíveis me atendem plenamente. Se tudo o que tinha em um laptop e um desktop não davam 20GB não preciso de muito para compartilhamento.

Kindle – Sim, eu tenho um Kindle, mas preciso fisiologicamente ler em situações onde é preciso ficar olhando para a tela de um computador. Não preciso explicar quais são, não é mesmo? Então, corroborando a estratégia de cracolândia literária da AMAZON, o meu vício em livros é facilmente atendido pelo Kindle PC. Droga entregue anyplace, anytime, anyhow.

Skype – Até uns 6 meses atrás o uso do Skype pra mim foi pontual e limitado. Achava uma boa ferramenta, mas não via com clareza os benefícios. Quando minha mulher viajou por 2 meses e meio pra fazer intercâmbio, criei um altar pro Skype lá em casa. Tem lá os seus problemas de conexão e, em diversas vezes, o uso do vídeo derrubava a ligação. Mesmo assim foi uma mão na roda e me economizou alguns milhares de reais que eu acabaria pagando em ligações internacionais de 6 horas.

JDarkRoom – Enfim, o JDarkRoom. Deve ser o programa mais simples e mais inteligente do mundo. O que ele faz? Ele te isola pra escrever. É um editor de texto (txt, mesmo) que toma toda a sua tela e o impede de se distrair enquanto escreve algo. Eu o estou usando para redigir esse texto agora. Não creio que compita com o CELTX, que se aplica mais a textos que necessitam de formatação específica. É uma puta ferramenta pra deixar as idéias rolarem e o texto realmente surgir. Uma boa sugestão pros que vivem com bloqueio de escritor. Nada melhor do que uma tela branca (ou preta, você pode configurar como quiser) para te forçar a escrever.

O mais legal é que a maioria dessas ferramentas tem versões portables que podem ser colocadas num pendrive e levadas por você pra todo lugar, simulando o seu ambiente de trabalho onde quer que você esteja. Agora, só um momento. Pensando bem, se todos esses programas não precisam de uma máquina específica para rodá-los, pra que diabos eu comprei novos computadores? Ah, meu Deus, será que dá tempo de devolver essas máquinas?

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