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A primeira monotonia de casal

– Oi, você vem sempre aqui?
– Ai, Adão. Que história é essa? Você me conhece desde que eu saí das suas costelas.
– Pô, Eva, tô querendo dar uma variada.
– Variada?
– É, esse troço de ter só nós dois aqui às vezes cansa.
– Eu sei, mas fazer o que?
– Sei lá, tava pensando, que a gente podia fingir ser outras pessoas, tipo um roleplaying.
– Hum, pode ser…
– Então, quem você vai ser, Eva?
– Sei lá, não conheço mais ninguém. Posso ser você.
– Sei não, acho que não vai ser legal. Não me sinto atraído por mim.
– Tá bom. Quem mais? Ah, já sei, eu podia ser Deus.
– Deus, Eva? Deus me livre. Aí ia ser incesto.
– Sorry, tem razão. Então, Adão, diz aí: qual outra opção a gente tem?
– A gente podia fingir ser alguns dos animais…
– Ai, tô fora, Adão. Bestialismo é nojento.
– Eu que o diga…
– Como é?
– Nada. Nada. Esquece, Eva. Melhor deixar pra lá. Vamos ficar na nossa rotina mesmo. Pode ser monótono, mas a gente se ama, né, mesmo?
– É, tem razão. Mas, Adão, eu acho que de repente a gente pode tentar ser um pouquinho mais liberal pra dar essa variada.
– Ótimo! E vamos fazer o que?
– Acho que a gente pode dar uma chance pro bestialismo… Cê conhece a cobra da macieira?

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