Notas

Ruínas Recentes

Pelas frestas das cidades, nos lugares que escapam à nossa atenção, os sinais de uma história recente se acumulam e apodrecem, como lembranças de um tempo que esquecemos rápido demais, como mau agouros de um futuro repetente. O que as novas gerações irão aprender, ou imaginar, sobre nós a partir dessas ruínas não intencionais?

Todo pirata…

Uma das verdades mais chatas na qual temos mais dificuldade de acreditar é que todo pirata quer se tornar um almirante. Talvez tomados pela ingenuidade de acharmos que hoje ainda existem valores que falam mais alto que o dinheiro, emprestamos nossa boa fé e nossa confiança a tantas empresas que aparecem prometendo fazer as coisas de forma diferente do que “as outras” estão fazendo.

O Substack, que começou se vendendo como uma alternativa às redes de mídia social, já dava claros sinais que seguiria o caminho daqueles que maldizia. Fez vista grossa a nazistas, criou ferramentas para tentar capturar a audiência do Twitter, morto a pauladas pelo Elon Musk, e começou a nos bombardear com subornos para trazermos mais usuários para a sua plataforma. Mas hoje, pra mim, um limiar definitivo foi ultrapassado.

Recebi um e-mail informando que havia uma mensagem da autora de uma newsletter que sigo e descobri que só conseguiria acessar se tivesse o app do Substack instalado. Enfim, a plataforma que prometia acabar com o modelo das ferramentas de mídia social através do contato “pessoal” do e-mail se assumiu como uma delas.

Como dizia Guilherme Arantes, “Adeus também foi feito pra se dizer”. Então, Substack, bye bye, so long, farewell.

Se alguém realmente quer conhecer uma plataforma que se opõe ao modelo das redes de mídia social, recomendo a daftsocial.com, onde você não segue ninguém, não pode apagar postagem, e só consegue publicar apenas o que couber no campo de assunto de um e-mail que envia pra plataforma. Uma rede verdadeiramente antisocial. Bom, pelo menos por enquanto… Por enquanto…