- Acho curiosa a avaliação do sucesso literário que sempre confundem com o sucesso editorial. Na verdade o sucesso editorial em alguns casos pode até restringir ou prejudicar o literário. Se o livro não fez “sucesso”, a.k.a não vendeu muito nem deu notoriedade ao autor, isso não significa que se trata de um fracasso de quem escreveu, às vezes pode ser um sinal de fracasso do leitor.
- A psicologia é justamente o inverso da Física Quântica: há previsibilidade e ordenação nos mini eventos e muita incerteza e “fuzziness” nos grandes.
- Em paralelo aos filmes ditos sérios de ação, os anos 90 foram pródigos em sátiras e pastiches. Men in Black e Austin Black podem parecer comédias, mas são tão certeiros na falta de propósito dos conflitos internacionais (e intergalácticos) como os filmes pós Guerra Fria.
- A escalagem das ameaças nos filmes de ação denota o quanto estamos desassociados de nós mesmos e de nossas tragédias pessoais. Para os heróis atuais, só vale levantar da cama se for pra salvar o mundo ou o universo. O restante dos nossos dramas? Nah, deixa pra lá. Melhor evitar a fadiga.
- “…when you think about it, Ethan, it was inevitable..no more Cold War. No more secrets you keep from everyone but yourself, operations you answer to no one but yourself. Then one morning you wake up and find out the President of the United States is running the country – without your permission. The son-of-a- bitch! How dare he? You realize it’s over, you’re an obsolete piece of hardware not worth upgrading, you’ve got a lousy marriage and sixty-two grand a year. ” – Jim Phelps – Mission Impossible (1996)
- Não sei vocês, mas estou tendo algum tipo de síndrome que me faz olhar tudo que é foto e vídeo recente não só desconfiando, mas tendo quase certeza de, se tratar de produção de IA.
- O século XX foi um século realmente peculiar. Muitas coisas que aconteceram nele não existiam e provavelmente não irão existir depois dele. Por exemplo: a disseminação em massa da alfabetização e da cultura; movimentos multigovernamentais em prol da liberdade, tolerância, diversidade, ecologia, e direitos humanos; e a popularização da ciência e da racionalidade. Ah, e os cigarros. O século XXI já dá sinais que vai acabar loguinho com tudo isso. Exagero da minha parte, talvez os cigarros, na forma do Vape, consigam resistir.
- O estranho processo de se tornar habitué de um novo restaurante. Sempre parece que não vai rolar, até que você, do nada, se vê marcando seu aniversário lá.
- Acho que um dos únicos usos éticos e relevantes da IA seria produzir uma prequel do Missão Impossível com a equipe que é quase toda dizimada logo no início do primeiro filme. Um time com Emmanuelle Béart, Jon Voight, Kristin Scott Thomas, Tom Cruise, Ingeborga Dapkunaite, e Emilio Estevez é bom demais pra ter só 30 minutos de filme. Aposto que se tivessem feito esse filme na época daria um banho em toda a franquia, que, cá entre nós, se tornou apenas uma justificativa pro Tom Cruise dizer que não usa dublês.
- Em tempo. Nos anos 90 rolou uma série de filmes de espionagem bem interessantes e com motes bem parecidos. Ronin, Quebra de Sigilo, Teoria da Conspiração, dentre outros, na falta de um inimigo óbvio, (a União Soviética tinha se esfacelado há poucos anos), tratavam sempre da espionagem continuando para simples atender ao poder pelo poder, ao jogo pelo jogo. Tanto que seus MacGuffins eram sempre vagos e esotéricos, e não havia de fato uma ameaça de fim do mundo. Pois, é, quando os impérios caem, as verdades brotam.
- Nas imortais palavras da bruxa do Pica Pau: “E lá vamos nós“.
2025.08.23
Deixe uma resposta