Foi só depois de assistir ao trailer do novo filme de Bill & Ted e lembrar que estão trazendo que Jay & Silent Bob de volta, de novo, que me toquei que ficou nas mãos da Geração X salvar o mundo. Um mundo com o qual, segundo todas as publicações dos anos 90, a gente não se importava. E não se importava mesmo.
Tirando uma meia dúzia de gatos pingados carreiristas e ambiciosos, a maioria do povo com o qual eu convivi nos anos 90 não esperava muito da vida. A história tinha acabado, maldito Fukuyama, e como Jeffrey Lebowski, o outro, não o Dude, disse na nossa cara: “A sua revolução acabou. Meu pêsames. Os vagabundos perderam“. Sim, fomos a primeira geração a entrar na idade adulta sabendo que já tínhamos perdido.
O que nos restava? Pouco. Nos tornamos zen budistas por hobby e niilistas por profissão. Num mundo que sabíamos ser inerentemente maléfico e não fazer sentido, por que devíamos nos preocupar? Entregamos nosso talento na mão de corporações sem rosto ou de pequenos negócios feitos para não prosperar; não porque tívessemos pouco potencial, mas porque não fazia diferença. Enquanto isso construímos pequenas grandes revoluções nas beiradas do tecido social social, sem aguardar recompensas do sistema mas apenas o olhar e empatia do nosso próximo. Afinal, se o sistema que nos condenou nunca reconheceria o nosso valor, por que não ser bom de graça?
Pra piorar, até as coisas legais que ajudamos a construir, como a Internet, vemos dominadas por Boomers e Millenials raivosos e ganaciosos em brigas sobre os escombros da raça humana. Enquanto os outros se desesperam e pedem o zombie apocalypse ou um meteoro pra lhes salvar, apesar da angústia diária, nós, Gen-Exers, nos perguntamos: “Não foi sempre assim?”.
Não. Não foi. Hoje está pior.
Por isso é hora de nós, nascidos entre 1965 e 1980, e adjacências, nos mobilizarmos. Vamos botar ordem nessa zona. Calar os boomers que usam o twitter para criar caos e educar os millenials a verem que houve um mundo antes deles e que haverá um depois, espero. Cabe a nós, os que nunca se posicionaram, tomar a frente desse diálogo. Espremidos nesse conflito político twittado, precisamos dar respeito para nossos antepassados, pelo menos uma parte deles, e o amor para os nossos descendentes. Se há alguém que possa conduzir o mundo para essa união, tão vendida e ansiada, somos nós. A geração esquecida, boa de papo e sem agendas secretas. A Geração X.
Mas pode ser na segunda? Nessa semana tem feriadão.