Blog Ficção

A falta que faz uma livraria em Paquetá

Pra mim era inacreditável que Paquetá, berço do Romance Brasileiro, não tivesse uma livraria sequer. Nem uma banca de jornal, ou, ao menos, um display na estação das Barcas vendendo edições de A Moreninha, tinha. Quando externei esse espanto ao dono da pousada, ele me corrigiu: — Paquetá não tem livraria, mas tem uma livreira. Antes que eu pedisse, ele explicou: — Parece que ela já teve loja há muito tempo e vende os livros…

Continue reading

Blog

A Branquinha de Paquetá

Não é de se espantar que uma noite fria de quinta feira em Paquetá tenha poucas opções de jantar, mas surpreende que elas, ou, no caso, essa tenha sido tão ruim. A Barca chegou na estação às 19:30 e, no centrinho da ilha, o que não estava fechando já estava fechado. Com fome, paramos no único lugar que prometia uma sobrevida: o Bibi Lanches, na Pinheiro Freire. Poucas mesas ao ar livre, dois cachorros de…

Continue reading

Blog

Como lidar com a aparente revolução permanente

Lendo a newsletter do Warren Ellis, não lê ainda? Leia!, esbarrei com essa indicação de livro sobre a revolução inglesa. Comprei, mas, confesso, que o que mais me impactou na capa foi a informação que ela durou, segundo os historiadores, oitenta e três anos, o que seria naquela época mais do que 2 gerações. Se não conseguimos sobreviver a duas semanas de crise sem pedir pra morrer, imaginem herdar dos avôs problemas aparentemente insolúveis Com…

Continue reading

Blog Ensaios

O nome do elefantinho

Uma função do nome que a gente costuma esquecer é servir de escudo. En geral, o que tem nome está protegido. Dentro da granja, todas as galinhas são potencial canja; menos a Giselda, que você cuidou quando nasceu fraca e, um dia, por esse apego, acabou dando um nome pra ela. Por isso há uma diferença entre os animais domésticos, que servem à, e são servidos na casa, e os animais de estimação, que você…

Continue reading

Blog Ensaios

O tempo? Eu acho…

Eu acho que sempre tenho tempo. Quer dizer, eu acho que acho tempo. E, muitas vezes, não só acho, eu acho, o tempo. O que eu não acho é tempo pra descansar. Todo o tempo disponível, que eu acho, eu acho que poderia ser melhor usado com algo que acho mais útil que descansar. É por isso, eu acho, que eu acho que estou tão cansado. Acho que o melhor seria se eu conseguisse aquietar…

Continue reading

Blog Ensaios

Um tom ainda mais branco do pálido

Até 1994, quando ouvi falarem de A Whiter Shade of Pale, numa exibição de meia noite de The Commitments no cinema Cândido Mendes, como a música mais incompreensível da história, eu só a tinha escutado uma vez. A memória da música era clara, mas eu não conseguia entender o contexto do comentário. Sim, eu lembrava da estranheza da canção, mas algo me faltava para fazer essa ponte cognitiva tão certeira. Óbvio que esse incômodo ativou…

Continue reading