Tudo na vida devia ter um limite. Quer dizer, se a vida fosse justa. Por exemplo, o ser humano não deveria passar por mais que duas ditaduras na vida. O seu Fred, que morava aqui no 703, quase passou por 3. Eu normalmente o encontrava no fim de tarde no Salvatore para a cerveja de…
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Cadê Ogum?
Ano passado, no dia de São Jorge, seguindo uma indicação da minha mulher, eu pedi uma feijoada num restaurante da região portuária. A pandemia tinha acabado de completar um ano e a impressão, na época, era que nunca ia terminar. O cenário do país e do Rio, cês lembram?, era pura desolação e a gente…
O belo ritual do primeiro filme ruim das férias
Acabei de assistir ao ganhador do Oscar de pior comédia pseudo-romântica com o maior número de clichês mal utilizados por minuto: galã australiano com emprego exótico e sem sentido; tia cougar de meia idade devoradora de homens, mas solitária; casal de jovens bonitos que fazem acordo para ter relacionamento sem emoção, que todo mundo sabe…
Às praias
Na minha infância, qualquer água era mar. Até a da praia do Flamengo. Não tinha esse troço de praia imprópria, só praia arriscada. Acho que já vi até gente tomando banho na praia de Botafogo, mas pode ser viagem. Memórias fabricadas. Mas da praia do Flamengo, eu lembro. Na praia do Flamengo, eu ia. Pequeno,…
O escritor está gripado
Com todas as desculpas a Gay Talese. Se enganam aqueles que imaginam que são os atores que são dramáticos. Não, dramáticos são os escritores. Os atores são tespianos. Os atores, com base num drama já concebido, interpretam e maximizam as emoções pedidas por ele e as expressam em gestos e palavras, silêncios e omissões. Os…
Um algoritmo terrivelmente evangélico
Dentro da sua burrice tosca, o que não é verdadeiramente um pleonasmo, pois é possível, porém raro, ser burro e elegante, Bolsonaro está deixando claro que uma profissão que pode ser obliterada pelos processos automatizados por robôs é a de Juiz. Amigos advogados e amigas advogadas, não se levantem ou protestem antes de ouvir meus…