Destaque Poesia

O quinto pé

Último pênalti
da grande final.
Você não pode vacilar

Habilidade você tem,
mas pênalti
também é sorte,
e é dela que vai precisar

Então você pede,
pela quinta vez,
na
sua vida,
ajuda à sorte.
Ela não vai lhe negar

Como não negou
da primeira vez
em que esfregou seu pé de coelho
para ser escolhido
pelo olheiro
do time mirim
para jogar

Como não negou
da segunda vez
em que esfregou seu pé de coelho
para o prêmio
de melhor jogador
poder
comemorar

Como não negou
da terceira vez
em que esfregou seu pé de coelho
para ser contratado
por um time rico
de uma outra
nação

Como não negou
da quarta vez
em que esfregou seu pé de coelho
para ser convocado
para fazer parte
da grande
seleção

Agora,
no último pênalti
da grande final,
você precisa da sorte,
mais uma vez,
mas não tem mais
pés de coelho
para esfregar

Para a sua surpresa,
surge um coelho
vivo e inteiro
no meio do campo
para lhe visitar

Antes que peça
ajuda à sorte
mais uma vez,
o coelho
se põe a falar:

“Quatro vezes me pediu
quatro vezes lhe atendi.
Agora é minha vez de cobrar

“Se antes teve sorte
foi às custas
das patas que uso
para saltitar

“Vá agora,
faça o gol,
e mostre a sorte
que parece lhe
privilegiar

“Vá agora,
sem demora,
faça o gol,
e me dê
seu sortudo
pé de humano
para esfregar”

Exercício inspirado pela imagem de Moni Port e realizado no curso LITERATURA INFANTIL: O QUE, POR QUE E COMO ESCREVER? do Instituto Estação das Letras? ministrado pelo genial Léo Cunha.

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