A 2ª (r)evolução norte americana

Nos últimos tempos, estou com a impressão que muitos filmes (tá, 2, que eu tenha visto, mas esse artigo da Polygon faz coro comigo) estão evocando a necessidade de uma nova revolução nos Estados Unidos. Tanto em Uma Batalha após a Outra, como em The Running Man, o povo insurge de forma bem sucedida (pelo menos, inicial e parcialmente) contra os poderes que aí estão. Engraçado é que ambas as obras são adaptações de livros (dos anos 80 e 90) onde, sim, temos contextos similares (Reagan/Bush, então, Trump e Putin(?), agora) de retorno de um conservadorismo e de construção de uma rede de proteção a uma elite retrógrada em detrimento de um processo de igualdade social.

Mas isso não é novidade na história americana, muito menos no cinema. Nos anos 60/70, também tivemos representações dessa guerra de classes nos Estados Unidos, nesse caso, oriunda da luta pelos direitos civis. Porém o final desses filmes, como visto em Bonnie & Clyde, Easy Rider, e Butch Cassidy e Sundance Kid, era geralmente trágico e niilista. Será que hoje temos mais esperança numa ação política do que nos tempos do Nixon?

Até parece que há um processo permanente de insatisfação cultural e política nos Estados Unidos que acaba culminando nesse tipo de filme. A pergunta que fica é: a arte tem o poder de insuflar a população a tomar o poder ou serve apenas como um alívio psíquico para mantermos a submissão tal como está. Por enquanto, pela evidência histórica, a primeira opção parece mais plausível, mas vai quê, mas vai quê.

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