Há centro nenhum.
No meio de tudo, há centro nenhum, apenas as margens existem.
Muito se engana, quem busca por uma causa central. No meio de tudo, há centro nenhum, apenas as margens existem. O contexto é feito de bordas, apenas as arestas seguram o mundo.
A ansiedade por uma explicação central é que gera a ilusão de que tudo emana de apenas um ponto. Esse ponto é uma fantasia que só atende à nossa segurança psicológica que busca simplificar a insustentável complexidade do mundo.
Muito se engana, quem busca por uma causa central. No meio de tudo, há centro de nenhum, apenas as margens existem. O contexto é feito de bordas, apenas as arestas seguram o mundo.
Essas arestas sem nodos, num balé constante de inequívoca mutação, dão as formas que atribuímos ao mundo. Porém não há um ponto nevrálgico, ou alvo que proverbiais balas de prata possam atingir para tornar tudo melhor.
Muito se engana, quem busca por uma causa central. No meio de tudo, há centro nenhum, apenas as margens existem. O contexto é feito de bordas, apenas as arestas seguram o mundo.
No meio de tudo, há centro nenhum, apenas as margens existem.
Há centro nenhum.
Centro.