Há mais de 30 anos, na extinta TV Manchete, eles tinham um programa nos sábados de tarde que apresentava duas bandas. Não passava de uma série de clipes, sem explicação, a não ser os nomes das músicas e umas frases sobre as bandas. Pra quem não tinha MTV quebrava o galho. Não era bom, mas ao mesmo tempo era ótimo.
Graças a esse programa conheci muita coisa boa: Elvis Costelo, Iggy Pop, Lou Reed e R.E.M., antes de Losing My Religion, num programa onde o parearam com a sua conterrânea de Athens, Georgia, o B-52s, que já conhecia desde o primeiro Rock In Rio.
Nesse programa em especial, exibiram um clipe que nunca tinha visto: Song for a Future Generation.
Fiquei maravilhado. Com 14 anos tudo o que eu tinha era futuro. E ele sempre parecia melhor que o hoje, de então. Então, se definir pelo seu signo astrológico e sonhar em ser Capitão da Enterprise, Presidente de Moscou ou qualquer coisa que o valha só não era divertido, como parecia extremamente possível.
Hoje esbarrei com essa música na minha playlist e senti nostalgia de ansiar pelo futuro. Em tempos tão incertos onde cada dia parece pior que o outro, pode parecer anacrônico ter esperança ou mesmo sonhar com o futuro. Mas não é.
Se vamos sair dessa é importante que a gente recupere essa capacidade, caso contrário nada do que fizermos hoje terá sentido. Mindfulness e viver o momento pode parecer bonito como bla-bla-bla de coach, mas o que nos move de fato é saber que há algo diferente e melhor amanhã. E, confie, há.
O que podemos sonhar de bom sobre o amanhã? Ou sobre os próximos 200 anos? Diz aí, vale tudo.