Arquivo da categoria: O Editor Invisível

[oei#17] O papel dos relacionamentos editoriais no espectro da autopublicação

Nossa visão é curta. Tendemos a achar que o fim do mundo sempre está a uma esquina de distância, e que tudo que acontece hoje nunca aconteceu antes. É assim com a discussão da lei Cortez, que trata a ameaça da Amazon como inédita, pois coloca em jogo a sobrevivência dos antigos algozes das pequenas livrarias, as livrarias de rede. É assim com o movimento de livrarias se tornando editoras, coisa mais velha que andar pra frente, como nos comprova a história da José Olympio, que nasceu livraria/editora e hoje é um selo da Record. E é assim com o “boom” da autopublicação, hoje facilitado pela tecnologia dos livros e impressão digitais, mas que sempre foi uma realidade no setor. Sobre esse ponto em especial, tenho, surpresa!, algumas colocações.

Em As Guerras do Livro do John Thompson nos é apresentado um quadro bem interessante sobre a autopublicação e serviços editoriais, considerando-a não um conceito dummy, zero ou um, mas um espectro. É como se todo livro tivesse em sua essência um quê, variável, óbvio, de autopublicação, sempre dependente em maior ou menor grau de parceiros, sócios, ou prestadores de serviços, e do seu conceito do que constitui autopublicar.

Uma matriz de risco, custo, e envolvimento

Enquanto o processo de alguns livros, desde o nascimento do desejo da sua criação até a sua manufatura e venda, é (quase) totalmente executado pela pessoa autora, outros tem muitos envolvidos que arcam parcialmente com os riscos dessas empreitadas. Quem já fez fanzine sabe o quanto de gente é envolvida, na amizade ou na grana, para colocar na mão do leitor um simples panfleto distribuído gratuitamente.

Fanzine, um esporte coletivo

Assim, é importante a gente não só pensar conceitualmente sobre o que é uma autopublicação (onde ela começa, quem é o autopublicador, qual o nível de envolvimento de cada um dos interessados), como também enquadrar os relacionamentos existentes no fluxo de publicação numa cadeia de inter, co e autodependências, e não numa linha de oprimidos e opressores, tirando vantagens uns dos outros.

Por isso é essencial que todos os envolvidos no processo editorial tenham pelo menos noção das principais fases, atores, e interfaces entre si, para que os esforços de publicação do livro atendam a, como nos diz Leandro Müller em Como editar seu próprio livro, “(…)aquilo que se pretende alcançar com ele”.

Se considerarmos que até os maiores best sellers são motivadas em boa parte das vezes pelo desejo dos autores, e em outros casos os autopublicadores são as próprias editoras que contratam os serviços de escritores para que a parte textual do livro seja produzida, tudo pode ser encarado como uma autopublicação, sustentada por uma longa e complexa cadeia de serviços prestados, alguns pagos e muitos não, para tornar o tal do livro uma realidade, física ou virtual. O texto inicial pode até ser obra de uma só pessoa, mas o livro, incluindo o texto final, que muitas vezes passa por sucessivas leituras de parentes e amigos não remunerados, é fruto de um esforço coletivo, sem contar, aqui, a óbvia participação do leitor na realização final do seu propósito.

Então, Viva a Inescapável Autopublicação! Afinal, assim como o paradoxal Gato de Schrödinger, ao mesmo tempo em que ela não existe de forma pura, ela está presente, ao menos parcialmente, em todo o processo editorial.

[oei#16] As sucessivas preparações do texto como o esculpir do livro

Um original é uma provocação. Seja ele submetido pelo autor a uma editora, ou requisitado por ela, o original, quando chega nas mãos do editor, não é um livro; não é sequer o texto com o qual os leitores irão se encontrar; o original é o começo de uma conversa entre o autor e diversas instâncias que, se tudo correr bem, irá culminar na ambicionada conversa com o leitor.

Tudo começa com o editor. Nesse primeiro encontro há a identificação de quem será o leitor ao qual o texto se destina. Nessa primeira conversa, descobrimos ou detalhamos quem é o leitor ideal do livro, aquele que merece conhecer a história que ele conta, e que irá se deslumbrar com a sua narrativa.

Identificado o leitor, o texto passa ao preparador para ser analisado sob o olhar do seu público, da voz do autor, e da linha da editora. Nesse exercício de interseções, buscamos repensar o texto, seus personagens, sua estrutura, a sua coerência interna, sua linguagem, e a sua forma na busca por esse encaixe perfeito.

Antes dessa leitura, é possível também ser realizada uma leitura crítica que o prepare para a própria editora, ou uma leitura sensível, que identifique, e corrija pontos que possam ser ofensivos a públicos específicos, como bem mostra esse belo guia em formato de quadrinhos de Diana Salu sobre como escrever personagens trans.

No caso de textos em outras línguas, também é preciso verter eles de uma língua para outra, e, em alguns casos, com base nisso, inclusive pode ser preciso alterar a sua estrutura e ordem, como no caso dessa tira de Tom Gauld, onde na tradução literal (Figura 1) não temos a mesma facilidade de leitura que uma alteração da ordem de leitura proporcionaria considerando a diferença da estrutura do inglês para o português (Figura 2).

Figura 1 – Tradução Original e Literal Graficamente

Figura 2 – Ordem alterada contemplando a estrutura gramatical usual do português

Uma outra leitura possível é a que visa facilitar o entendimento de contextos culturais específicos por públicos leitores diferentes do original. Nesse olhar precisamos entender como adaptar, ou esclarecer as diferenças culturais entre o contexto onde o texto original foi concebido e para quem foi concebido, e o contexto novo onde esse texto visa se inserir, como podemos ver nesse artigo sobre as adaptações alemã do musical Hamilton e indiana de Forest Gump.

Editar, como nos diz Robert Gottlieb em sua autobiografia, Avid Reader, é um processo de leitura sequencial por pessoas que amam o texto. O livro será tão bem sucedido, ou seja, conseguirá atender aos objetivos do autor, da editora, e do público leitor, quanto essas sucessivas leituras forem feitas por pessoas apaixonadas pelo texto, imbuídas desse objetivo, e cientes das necessidades de todas as partes envolvidas nessa construção. O livro, como uma escultura, é, assim, cinzelado por essas diferentes leituras que ao mesmo tempo que polem, cortam, excluem, adicionam, e dão forma ao que o original, como uma pedra bruta, sugeria. O editor, como maestro desse processo, espera, após todas essas interações, poder ouvir uma resposta clara e inequívoca do livro publicado quando finalmente disser: “Parla!”.

[oei#15] A comoditização do livro feito para não ser lido e do consumidor não leitor


Chegou Novembro e com ele a sua infame e interminável Black Friday. Seduzidos pelas aparentemente vantajosas ofertas, os compradores de livro enchem as sacolas de livros (físicos e virtuais) que esperam (virtualmente) ter tempo (virtual?) de ler. Enquanto eu fazia o mesmo, me lembrei de uma série de LPs dos quais a gente costumava fazer troça quando adolescente: os LPs com músicas para ouvir.

O importante não é ouvir, mas pra quê ouvir a música

Na época, ignorando o que vinha escrito depois do “ouvir”, toda vez que esbarrávamos com algum desses, a galhofa era geral. Como bons adolescentes, sabedores dos segredos do universo, e críticos contumazes da sociedade construída pelos adultos, ríamos do pleonasmo sugerido pelo título pouco inspirado. Não cabia na nossa mente que houvesse um disco com músicas para fazer outra coisa que não serem ouvidas. Era como se houvesse todo um mercado de livros feitos para não serem lidos.

O tempo passou e, hoje, como um dos adultos que trabalha na construção de um mundo mais incompreensível e com cada vez menos sentido, a ideia do disco de músicas para ouvir, ou não, é tão tranquila pra mim como a ideia de um livro feito para ler ou para não ser lido. O que realmente importa, mercadologicamente, é justamente o propósito que vem tanto depois de ouvir, como depois de ler, ou de simplesmente de comprar, sem a obrigatoriedade de se ler ou se ouvir. Complicou? Deixa eu tentar me explicar.

Quando vamos a um sebo conseguimos ver com facilidade a multiplicação dos livros feitos para não serem lidos. Por exemplo, no fim do século XX, toda vez que um jornal criava uma coleção de clássicos, não dava seis meses para eles aparecerem em lotes nas nossas portas. As pessoas que compravam essas coleções, ou pelo menos seus primeiros volumes, buscavam atender a muitos objetivos que podiam passar bem longe de ler, tipo ter uma coleção, estimular outros a ler, ou mesmo só seguir uma onda.

Hoje, um fenômeno similar acontece com os livros dos clubes de assinatura. Adquiridos por impulso, para atender a vontade de ler, ou de parecer estar lendo, o tipo de livro que o clube oferece, eles muitas vezes acabam ainda embalados nas estantes das livrarias de usados. Inclusive, tem um sebo aqui perto de casa que recebe tantos desses livros que criou até uma prateleira separada para eles.

Não conta pra ninguém, mas é na Beta de Aquarius

Quando esse tipo de fato surge na minha frente é impossível não me perguntar como nos tornamos presas tão fáceis da comoditização do livro. A princípio, o livro não é, ou não poderia ser, uma commodity. Um livro é sempre diferente do outro, mas, apesar dos preços, o aumento da comodidade na sua aquisição baixou uma régua difícil de ignorar. Antes, para se comprar um livro, mais do que dinheiro e tempo para ir à uma livraria e encontrá-lo, o que nem sempre era fácil, era preciso querer lê-lo de verdade.

Hoje, no caso dos digitais, não é preciso nem espaço para armazená-lo e, quando os preços baixam, quase criminosamente, é difícil resistir a tentação. Mesmo que você saiba, mas finja que não, que nunca os lerá, o desejo de os ter supera a lógica. Afinal, quem disse que todos os livros foram feitos para ler? Muitas vezes o desejo de ler, de parecer ter lido, ou mesmo de proclamar publicamente que um dia pretende lê-lo, é suficiente para estimular a compra.

Por isso é importante fazer uma distinção: as editoras e livrarias atendem não só a leitores, mas principalmente aos compradores de livros, que, não raramente, não tem interesse ou intenção de ler. Os livros, como objetos, virtuais ou físicos, atendem a objetivos que vão muito além da leitura. Não é de espantar que nos vídeos de booktubers seja comum ver seus “influenciadores” tratando a audiência como colecionadores e não como leitores. Já que a atividade de ler não depende do livro, assim como o livro, enquanto produto, não depende da leitura para se justificar, fazer a defesa da leitura não é condição sine qua non para defender o mercado editorial.

Por isso, glamourizar o livro não é um caminho muito produtivo para estimular a leitura ou promover a cultura. O caminho passa pelo objeto, mas não termina nele. Enquanto continuarmos fazendo essa confusão cada vez mais trataremos aqueles que são ou poderiam se tornar leitores, apenas como consumidores de conteúdo ou produtos. Pelo jeito, não apenas os livros podem ser commodities, mas os seus consumidores, sejam eles leitores ou não, também podem ser tratados como produtos sem distinção a serem acumulados em volumes e nunca verdadeiramente apreciados.

[oei#14] A leitura sem retorno do preparador de textos

Talvez nenhuma imagem represente melhor o trabalho editorial que a atividade, de preferência analógica, de preparação de textos. Uma imagem em preto e branco de uma pessoa com os punhos das camisas enrolados até os cotovelos, à sua frente pilhas de papéis rabiscados espalhadas sobre uma mesa, no seu rosto um olhar concentrado e um tanto quanto enlouquecido que prenuncia o nascimento de ideia que irá reformular o mundo.

Robert Gottlieb transformando mais um texto em uma obra prima

Um texto antes de se tornar um livro, passa por várias leituras: no recebimento de originais; na escolha do investimento do publisher na obra; na definição do projeto e de sua equipe pelo editor; mas é na mão do preparador que temos o point of no return em que o texto irá passar o limiar do manuscrito indecifrável e desconhecido para definitivamente se tornar um livro. É o trabalho transformador e aparentemente solitário do preparador que coaduna a vontade de poder do autor com a expectativa de receptividade do público para tornar esse encontro numa experiência, se não mítica, pelo menos memorável.

Gertrude Stein não precisava ser editora para transformar textos

O texto está conforme às expectativas do investimento e de imagem da marca da editora? O texto fala de forma, ao mesmo tempo, adequada e surpreendente com o seu público? De que alterações o texto precisa para atender as ambições do autor que o concebeu? As respostas a todas essas perguntas que o preparador se faz e faz ao autor por meio do seu texto irão definir o destino da obra e de como ela irá alcançar seus leitores.

Por ser o palco do encontro de tantas expectativas, o trabalho de preparação não é uma simples revisão ou leitura crítica, é um trabalho de relacionamento. É necessário, como uma casamenteira, se colocar em diversos papéis diferentes e mediar, através das sugestões sobre o texto, as conversas entre autor e editor, entre editor e público, e, finalmente, entre o objeto de todo processo editorial, a relação entre o autor e o público. Preparar textos é se mimetizar e se relacionar, tornando-se um com a editora, com o leitor, com o autor, e, nessa intersecção entre tantas identidades, encontrar o espaço e o texto exatos onde tudo se alinhará.

Max Perkins cuidando dos textos através da pescaria

A verdade é que toda leitura é uma preparação de texto, porém apenas o preparador de texto a faz no momento certo de sugerir as mudanças que de fato irão impactar na obra final. As demais, podem ser ricas e profícuas, mas não darão a quem as faz o papel secreto, cheio de responsabilidades, mas honroso de co-autor. Se o editor é invisível, o preparador o é em dobro. E é a sua invisibilidade que concede ao texto e ao autor a visibilidade que merecem. Há trabalho mais gratificante que esse?

Gottlieb editando os Muppets, porque sim.

[oei#13] Super Cortez contra o baixo astral do monopólio amazônico

Semana passada, a discussão que mobilizou os book tubers foi a aprovação da lei Cortez na Comissão de Educação do Senado. Por incrível que pareça, apesar de todos eles começarem seus discursos alertando o público para não acreditarem nos falsos “paladinos” que estão se propondo a salvar as livrarias pequenas contra o monopólio da Amazon, só ouvi comentários contrários à lei. Onde estão os tais defensores da lei de quem eles tanto falam?

Aparentemente não no You Tube, já que os próprios influenciadores do livro não teriam como se colocar contra quem é o maior financiador dos seus próprios negócios. Apesar desse óbvio conflito de interesses, não dá pra negar que eles tem razão em parte dos seus argumentos. O projeto de lei não é uma solução boa para o problema que ele se propõe a resolver, pois o paciente (a cadeia de valor do livro) pode estar doente demais para receber o tratamento, não ter uma estrutura sólida que consiga ser salva, e o suposto remédio vai gerar impactos que virão como um boleto cruel para o próprio público leitor pagar. Em suma, a lei tem tanto efeito colateral que pode até matar o paciente que diz querer curar.

Mas isso não quer dizer que o problema não exista. Sim, a Amazon tem o monopólio da venda de livros, aqui e em outros países, alcançado por práticas de dumping e pela excelente cadeia de distribuição com a qual consegue atender lugares onde não há (e não haverá) livrarias por muitos anos. Por isso, sim, é importante fazer algo a respeito, mas defender a lei como ela está é atender a uma bolha privilegiada que tem acesso a livrarias e dinheiro para comprar nelas.

Eu sou um desses privilegiados. Só no meu bairro temos 4 sebos e uma livraria. No quarteirões em volta do meu trabalho tenho acesso à quase 10 livrarias, tanto de novos, como de usados. Para mim não seria esforço aderir a lei, sendo que já faço conscientemente a escolha de comprar nesses espaços, em detrimento da Amazon, que só uso quando não encontro os livros nelas.

Porém, como dizem, a lei deveria ser para todos e, como a tendência dessa é prejudicar a maioria, em especial o público de baixa renda que gosta de ler, vive longe dos grandes centros, e não tem acesso a livrarias, ela não é uma boa lei. Ou seja, a lei Cortez não resolve o problema e ainda pode afastar leitores, gerar queda de renda para editoras, prejudicar seu fluxo de caixa, e promover a pirataria no caso dos livros digitais.

O que fazer? Não sei. Ações globais e “radicais” num país desigual e de proporções continentais nunca dão resultados bons ou duradouros apesar de serem bons alertas para problemas reais. Sei que pode parecer ingenuidade, mas ainda acho que as ações pequenas e localizadas, mesmo que de alcance menor e mais lentas, podem resolver melhor a questão a longo prazo.

Na minha opinião, o erro da lei é tentar competir com o monopólio no que ele é melhor: preço e distribuição. O que deveríamos, lei ou não, é nos esmerar no que as livrarias tem de melhor e de essencial: a construção da comunidade, algo que a Amazon, apesar de todo dinheiro gasto com book tubers, book tokers e avaliações, nunca conseguirá fazer.

As livrarias à minha volta fazem isso. Elas se aproximam dos seus leitores, com shows de samba e de rock, cursos de reparo de livros e filosofia, eventos de contação de histórias e debates com escritores locais. Afinal, o negócio da Amazon é vender (e entregar) o livro como commodity, enquanto a função da livraria é, ou, pelo menos, deveria ser, apoiar e fomentar a comunidade de leitores.

E o que você pode fazer a respeito? Quando chegar o dia 4 de novembro e seu dedo nervoso estiver ansioso pra consumir o que quer que seja que a Amazon esteja vendendo com descontos predatórios na Black Friday, vá às livrarias da sua cidade, às suas bibliotecas, e, se não houver nada disso, se reúna com seus amigos leitores, e celebrem o que nos une: o amor pela leitura. Afinal o que nos torna leitores não é comprar, é ler. Deixe o consumo desenfreado motivado por aparentes preços baixos para os acumuladores, nós merecemos mais.

[oei#12] A obviedade de se colocar uma letra após a outra

“Escrevemos uma palavra após a outra até terminarmos”Neil Gaiman

O pré-requisito, para se seguir a dica aparentemente óbvia de Neil Gaiman, é colocar uma letra depois da outra para se construir as palavras que virarão arte. E se estamos falando de texto, ele precisa estar representado graficamente. Essa representação visual das palavras e das letras que as compõem depende de algo que é ao mesmo essencial e (quase) invisível no texto, seja ele impresso ou digital, e para a qual deveríamos dar mais atenção: a sua tipografia.

Boa ou ruim, fácil ou difícil, simples ou complexa, a tipografia utilizada num texto e as combinações entre elas, quando consideramos os diversos elementos de um livro, são sempre uma escolha. Uma preocupação aparentemente óbvia é buscar a legibilidade, facilitando a identificação dos seus elementos, e a leiturabilidade, buscando o conforto na leitura. Porém a tipografia, mais do que simplesmente facilitar o contato com o significante visual que nos permitirá absorver os significados do texto, pode conceder mais significado ou profundidade a ele. A fonte, como intermediária na relação da leitura, tem o poder de ser o anfitrião, guia e orador do conhecimento e das experiências que o texto deve lhe trazer. Por exemplo…

Que fonte será uma melhor guia na nossa viagem ao País das Maravilhas?

As diferenças podem parecer pequenas mas, óbvio, fazem diferença

Que fonte será uma melhor professora para nos ensinar sobre as regras do baseball?

Clareza e objetividade para um esporte quase matemático

Que fonte (ou conjunto delas) nos permitirá entrar na mente de uma adolescente e experienciar seus conflitos e dúvidas?

A confusão pós adolescente de Cecília Madonna Young expressa tipograficamente

Que fonte nos levará ao futuro sem deixar de nos remeter ao som (e à música) que a violência podem suscitar?

papa oom mow mow, sacou?

As escolhas das fontes sempre parecem óbvias, depois de feitas, mas saber por que as escolhemos é um elemento importantíssimo para permitir que decidamos qual será o guia mais adequado para os nossos leitores. A tipografia, mais do que funcionalidade, tem, muitas vezes ocultas, mas óbvias ideologias. Não é óbvio?