Ficção

Zen e a arte de preparação de sanduíches

Não tem mistério.

São duas ou mais fatias de carboidratos entremeadas com recheios. Em geral, proteínas vegetais ou animais, intercaladas com laticínios sólidos, complementados por legumes e verduras. É opcional, mas bastante comum, aplicar diretamente sobre o carboidrato, alguma pasta dos 3 tipos de recheios anteriores, ou mesmo uma mistura delas. Finalize com condimentos, sal, pimenta, ervas e afins, ao seu gosto.

As regras são poucas. Se a pasta for de laticínio sobre ela se coloca a proteína. Se a pasta for de proteína, o laticínio sólido. Os vegetais podem ficar entre os dois. Em ambos os casos. Mas se for do seu agrado, quebre a regra.

Eu sei que há discussões sobre o formato e o tipo de carboidrato, os tipos e as temperaturas dos recheios, e se isso altera a identidade do sanduíche; se ele vira outra coisa. Acho-as inócuas e inúteis. Afinal, a melhor resposta para esse tipo de questionamento é sempre: “depende”.

Na minha opinião, o mais fácil é manter tudo simples. Basicamente tudo é um sanduíche. Tudo tem uma forma, recheios variados que interferem no gosto um dos outros, e geram uma experiência complexa a partir de elementos simples. Se tudo for decomposto, há mais clareza sobre a sua essência, mas também menos graça. O melhor mesmo é preparar e morder o seu sanduíche para aproveitar o sabor que ele nos permite sentir, sem entender ou mesmo querer investigar de onde essa sensação maravilhosa vem.

E isso, sim, é um mistério.

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