Ensaios

Vim aqui lhe contar algo sobre 2016

Segunda feira, 6 da tarde. Os amigos se reúnem para o Chandon Sunset, evento bacana onde assistimos juntos na praia de Ipanema o pôr do sol, entre taças de espumante, para eles, e cerveja, para mim. Apesar do que dizia a previsão, o tempo, apesar de bem nublado, se mantinha estável. A bruta chuva prometida era ainda apenas uma promessa.

A cada rajada de vento ou pingo renegado, o povo murmurava entre si:

– Não vai chover. NÃO VAI CHO-VER.

Dito e feito. Choveu.

Mesmo sob um dilúvio, como muitos que estavam na praia, não arredamos pé. A chuva veio. A chuva foi. A chuva voltou. Ventou forte. Mas, graças a Deus, não rolou nenhum raio. Enfim ela acabou.

Comemoramos a nossa resiliência e perseverança. Alguém comentou:

– É preciso aguentar a chuva para ver o pôr do sol.

Tem razão. Tem razão.

*

Último almoço de trabalho do ano, Sushi e Kirin para engolir um ano difícil mas vitorioso. Mesmo que nos pênaltis. Conversamos sobre os acertos e erros do ano e, especialmente, sobre a falta de previsibilidade do ano que vem. Murmuramos entre nós:

– Tudo pode acontecer. TU-DO PO-DE A-CON-TE-CER.

Na hora de pagar o banquete a quilo de meia hora, o cartão alimentação, sinal da nossa sorte corporativa, é negado. A conta passou R$0,11 do que tinha pra esse mês. A caixa não se furtou a me dar o desconto. Com a boleta na mão, ela disse:

-Taí. Zeradinho pro ano que vem.

Tomara. Tomara.

*

No botequim da esquina, as famílias se reúnem para o último chopp do ano. Contam suas histórias de dureza e também as de superação. As crianças brincam na rua, enquanto os adultos, mesmo esperançosos, temem o que futuro trará para elas.

Na volta de mais um passeio no quarteirão com a minha filha, percebo que o celular que tinha deixado na mesa sumiu:

– Você não estava aqui?
– Fiquei o tempo todo. Não será que caiu no caminho?
– Não. Deixei aqui.

Procura. Procura. Não acha. Todos lamentam e alguém lembra de um velório em que um amigo se confundiu ao cumprimentar o colega cuja mãe tinha morrido:

– Vão-se as mãos, ficam-se os anéis.

Rimos. O que é perder algo material?

*

Por que estou lhe contando isso?

Sou um fiel crente na quarta dimensão. Vejo e acredito que o Universo está sempre nos mandando sinais. Para mim, fica evidente que o recado de agora é: o que é do passado lá deve ficar. E, complementando, a vida em 2016 será nova e, Oxalá, boa!

Por isso, vamos deixar 2015 para trás e viver 2016 como um novo começo. Um começo de relações, trabalhos, sonhos, conquistas, histórias e tudo mais que faz a vida ser boa.

Como dizia J.G. Balard: Eu resumiria o meu medo do futuro em apenas uma palavra: chato.

Vamos ter um 2016 interessante e divertido.

Por isso estou lhe contando isso.

Ah, e para avisar que estarei sem celular até o começo do ano que vem.

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