Ficção

Esperança de mudança

Saindo do Santa Bárbara, o taxi tomou um caminho diferente do que a gente esperava. – Ei, moço- minha mãe alertou-, você tá indo pro lado errado. A gente vai pro Leme. – Vai, não- meu pai interrompeu. – Pode seguir, moço. Ele sabe pra onde a gente tá indo. Até o taxista sabia mais da vida da gente do que a gente. O carro seguiu pelo seu caminho misterioso, passou na frente do estádio…

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Destaque Ficção

O Bolão

Como tudo que dá errado, ou certo, essa história também começou de forma inocente. Nas quintas, uns três caras da controladoria, no caminho pra tomar um chope no bar do Gaúcho depois do expediente, começaram a fazer uma fezinha da Megasena. A princípio ninguém sabia o que estava rolando, ou, se sabia, preferia ignorar. Era aquele tipo de coisa que passava abaixo do radar da rádio corredor. O gerente deles, um estatístico frustrado, quando ficou…

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De Altos da 3ª Guerra Mundial

Tudo na vida devia ter um limite. Quer dizer, se a vida fosse justa. Por exemplo, o ser humano não deveria passar por mais que duas ditaduras na vida. O seu Fred, que morava aqui no 703, quase passou por 3. Eu normalmente o encontrava no fim de tarde no Salvatore para a cerveja de início dos trabalhos. Do alto dos seus 88 anos, ele contava histórias bizarras dos seus mais de 50 anos trabalhando…

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Cadê Ogum?

Ano passado, no dia de São Jorge, seguindo uma indicação da minha mulher, eu pedi uma feijoada num restaurante da região portuária. A pandemia tinha acabado de completar um ano e a impressão, na época, era que nunca ia terminar. O cenário do país e do Rio, cês lembram?, era pura desolação e a gente tava meio que naquela pilha de manter funcionando, mesmo que à distância, qualquer lugar que a gente curtisse. Por conta…

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Destaque Poesia

O quinto pé

Último pênalti da grande final. Você não pode vacilar Habilidade você tem, mas pênalti também é sorte, e é dela que vai precisar Então você pede, pela quinta vez, na sua vida, ajuda à sorte. Ela não vai lhe negar Como não negou da primeira vez em que esfregou seu pé de coelho para ser escolhido pelo olheiro do time mirim para jogar Como não negou da segunda vez em que esfregou seu pé de…

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micro conte se: desafio 22

Acordo na hora de sempre, mas não há desafio a enviar. Acabou. Depois de 21 dias de loucura, minha missão foi cumprida. Eu me levantaria para fazer um café para espantar o cansaço, mas me lembro que não tomo café e tento, inutilmente, descansar. Ansioso e paralisado, continuo deitado ruminando tudo o que aconteceu. As surpresas com os textos dos participantes, os aprendizados que eu tive, o vazio de não ter mais uma rotina a…

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