Ensaios

Eu te O-DÍ-O

Essa semana resolvi fazer uma experiência no Facebook e pagar pela divulgação de textos que estava publicando no meu blog. Nada demais. Como prometiam que eu alcançaria por volta de 2000 pessoas em 24 horas por apenas 4 reais, de bobeira, tentei.

Não tenho perfil nessa rede há uns 4 anos mas, como Milton Nascimento diz é “onde o povo está”, então, resolvi ver onde isso ia levar. Divulguei um texto sobre James Bond e outro sobre o Brexit. O que aprendi com a experiência?

O primeiro texto tinha uma análise bastante profunda da misoginia da franquia do 007 e teve uma boa quantidade de likes que não se reverteram nem em 10% de leitores. Em suma, o povo dá like sem ler.

O segundo texto, como tratava de um assunto do dia, teve uma boa quantidade de leitores e comentários, mas, cá entre nós, que lixo de público. Muita gente compartilhou além de dar os likes, mas quem comentou simplesmente queria destilar o seu ódio. Parece até que estão esperando para ficar indignados e mostrar que são os bastiões da moral num mundo decadente. Duvida? Dá uma olhadinha aqui:

odio
O que aprendi com a experiência? Facebook NO MORE.

Isso me lembra uma história do meu pai. Todo dia de manhã quando íamos tomar café, meu pai abria o jornal nas cartas dos leitores e desandava a rir. Uma vez perguntei do que ele ria tanto. Ele respondeu:

– Filho, um cara tem que ser muito maluco para ler um artigo, escrever uma carta, botar ela no correio e esperar quem alguém a leia.

A internet simplesmente facilitou o trabalho desses imbecis. Por mais que queira divulgar o que escrevo, descobri que aqui não é o meu lugar. Manterei a página, mas não vou esperar nem recorrer a formas de divulgação não orgânicas. Buscar público no Facebook, se não for pra bater palma pra maluco, é caminho para se estressar.

E como o meu pai bem terminava aquele papo:

– O pior maluco sou eu que leio essas cartas.

Não vou ser esse maluco.

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