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Recomeços

Todo recomeço precisa de um marco. Desde uma mudança de estado ou país, até um pão doce comido num fim de noitada. Só a intenção não basta.

Todo recomeço precisa de um fundo de poço. Um momento tão dolorido ou, inversamente, anestesiado, que você se sente compelido a se mover. O excesso ou a ausência de sensação e sentimento lhe mostram que do que jeito que está não dá mais pra ficar.

Todo recomeço precisa de um cenário. Uma casa destruída, uma mudança de móveis no apartamento, uma infiltração. É necessário que a figura que agoniza, você, no caso, se misture ao fundo e nessa nulidade busque novamente se destacar, se sobressair.

Todo recomeço precisa de incerteza. O movimento visceral tem que ser feito sem garantias de que funcionará, sem ganhos, apenas contenção de danos. A firmeza de propósito de sair de onde está justifica a mudança e a falta de benefícios a torna moralmente válida.

Todo recomeço precisa de solidão. Ninguém recomeça em grupo, no meio de uma festa ou numa reunião plenária. A mudança surge da autorreflexão solitária quando percebemos que estamos melhor sozinhos do que como personagens das histórias alheias.

Todo recomeço é preciso e necessário. Ele tem propósito e é vital. Sem essa ação clara e sincera você morrerá. Fisica, moral ou espiritualmente. Por isso é preciso que nesse processo seu sim seja sim, e seu não, não. Recomeços não tem retorno.

Sejam bem vindos, deixem todas as suas esperanças à porta pois daqui não tem como retornar. Mas não se preocupem, tenho certeza que vão adorar.

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