Arquivo do Autor: Lisandro Gaertner

Sobre Lisandro Gaertner

Escritor, roteirista, game designer e especialista em aprendizagem. Mais informações na BIO.

A falha em nossos destinos

Vez ou outra, durante as minhas clássicas insônias, eu encontrava um amigo discutindo a vida, o universo e tudo mais no twitter. Por inércia ou simples provocação, eu acabava respondendo. Minhas mensagens, seja pela limitação de caracteres ou de conhecimento, nem sempre conseguiam exprimir o que eu acreditava, se é que eu acreditava em algo; mas essas conversas acabavam quase sempre por se tornar um teste de conceitos. Pra mim e pra ele. Sobre o que? Sobre a vida, o universo e tudo mais. O básico.

Como não podia deixar de ser, nessas conversas delirantes de traça de biblioteca surgiam boas indicações de textos e livros. Uma vez indiquei a esse amigo o A Guide to the Good Life: The Ancient Art of Stoic Joy, e acabei por ser identificado como estóico. Não posso dizer que me incomodei. Considerei verdadeiramente um elogio. Se bem que preferiria ser considerado Zen. Mas, cá entre nós, ainda me falta comer menos feijão e arroz pra isso.

No mês passado, em mais um desses papos, ele me indicou o The Fault in Our Stars como uma obra com um  toque “estóico”. Meio que me surpreendi. Tinha lido algo sobre o autor e a sua fama entre os adolescentes,  e apesar, ou por conta, disso, não tinha sido atraído. Como meu amigo previu em seu convite, tive certo preconceito, confesso; mas conclamado a ler uma boa história sem pretensão, tanto do lado do leitor como do autor, me voluntariei. Continue lendo

Confiança

Não sei por que ainda não rolou por aqui, mas uma das séries mais legais que existe atualmente se chama Episodes. Trata da história de um casal de roteiristas ingleses que vão para Hollywood escrever a versão americana da série que produziram na Inglaterra. Como é de se esperar, tudo dá errado. Aos poucos a versão americana vai se tornando algo completamente diferente da original e as pressões por sucesso geram tensão e insegurança insuportáveis que desestabilizam o casal e aniquilam a qualidade do produto. E por que a versão americana se torna um lixo? Minha teoria é: falta de confiança. Não há confiança entre roteiristas e a rede de tv, entre o elenco e os produtores, e enfim entre o próprio casal. E sem confiança na criação, não há como o público, sozinho, confiar na série. Continue lendo

2 burros

(originado de uma brincadeira com a Alícia)

Tem dois burros:
um burro burro e um burro esperto.
O burro burro, coitado, se assume como é: burro.
O burro esperto, deus o perdoe, não nega a sua origem,
de burro,
mas não cansa de lembrar a todos o que diz ser:
esperto.

Me pergunto se os burros estão certos.
Me pergunto se não estamos sendo en-
ganados. Continue lendo

Love Zapping: agora no seu celular!

Seguindo o conselho da galera da Secular e com base no feedback que recebi na primeira etapa do Faça Você Mesmo 2014, dei uma bela simplificada no Love Zapping.

Pensei bastante no jogo e, para atender ao público ao qual o jogo se destinava, acabei por criar (com o apoio inestimável do Asano) um aplicativo do Love Zapping para Android que pode ser baixado por qualquer um que nos prestigie com um tweet ou post no facebook.

O Zip contém as regras simplificadas, o Tutorial e o APK para ser instalado no seu celular ou tablet android.

Lembro que essa é a versão 0.9 do aplicativo e que ainda conto com seu feedback para melhorar o jogo ainda mais!

Gostaria de agradecer especialmente ao pessoal da Secular, pelo FVM; ao Paulo Diovani, por ter montado os Hangouts que me ajudaram a melhorar o jogo; ao Tiago Junges, pela regra opcional etílica; ao Asano, pelo belo e rápido trabalho no aplicativo; e, óbvio, às minhas musas Alicinha e Gabi, pela constante inspiração. 😉

Agora é começar com os playtests públicos.

Love Zapping! Love is in the Air…Waves!

Vai ter Inverno

Numa taverna no interior de Westeros, um homem visivelmente cansado e vestindo pesadas peles entra batendo os pés. Os poucos clientes e o taverneiro o cumprimentam em silêncio. O homem retribui com um leve baixar de cabeça. Ele pára no meio da taverna como se procurasse por alguém. Numa mesa do canto, um homem, mais jovem e menos cansado, acena para ele.

– Posso sentar?- o homem se aproxima.
– Claro, amigo- o jovem lhe recepciona.- Taverneiro, duas cervejas. Então, como estão as coisas?
– Difíceis. Você sabe. E esse frio? Parece até que o inverno já chegou. Continue lendo