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No time to die

Lançaram ontem o clipe da música tema de “No Time to Die” do 007. É bem legal. Segue o modelo clássico que vem desde Shirley Bassey em Goldfinger. Uma balada lenta que vai crescendo com uma orquestra secreta que toma a música e força a cantora a exibir todo o seu talento vocal. Acertaram.

007 é um estado de espírito e pra isso precisa ser um produto sensorial completo: narrativa, audio e vídeo e, mais importante, expectativas. E a música, mais do que ser um componente auditivo, estabelece quais são serão essas expectativas. Em geral quando erram na música, Madonna e afins, tentando enfiar “mudernidade” num produto anacrônico como James Bond, acabando misturando açaí com escargot e mostram que o filme também não vai ser essas coisas. Pelo jeito, nesse acertaram novamente. Daniel Craig saindo com 4 em 5, faz média melhor que muitos Bonds antigos.

Como bônus ainda tem umas novas cenas do filme e parece que estão seguindo o caminho da trilha psicanalítica que apontei naquele meu texto antigo. Podiam ter parado em Spectre com um final feliz mas o James Bond de meia idade, entrando no clube dos idosos, precisa sofrer um pouco mais. Depois de abandonar tudo pra viver com a sua esposa mais jovem, o senhor Bond descobre que ela tem segredos, o que provavelmente fere a sua masculinidade poente. Da impressão de ser um L’ Enfer, aquele filme doido sobre ciúme do Chabrol com a Emmanuele Beart, com um bando de cenas de ação entre o drama. Parece ser divertido. Esperemos.

Ah, a música? Curta aí. Eu curti. Promete, mas não me incomodo de me frustrar no fim das contas. A vida é assim, mesmo, e não temos tempo pra morrer.

 

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